O
governo deve atender ao pedido do setor privado e prorrogar a redução da
alíquota do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis, que
vence no dia 31 deste mês. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, também deve anunciar a renovação da redução do IPI
para produtos da linha branca, como fogões e geladeiras.
O
anúncio pode ser feito hoje pelo ministro, segundo fontes ouvidas pela Agência Estado. A preocupação do governo é não trazer mais um
elemento negativo para o comportamento da inflação no início de 2013 e, ao mesmo
tempo, continuar dando fôlego para recuperação da atividade
industrial.
O
setor automobilístico, por exemplo, argumentou que o repasse do aumento do IPI
para os preços dos carros é inevitável. Isso porque, além do aumento da carga
tributária, as empresas estão obrigadas, a partir de 1.º de janeiro, a produzir
60% dos automóveis com airbag e freios ABS, o que
também elevou o custo de produção das empresas.
Ano
bom. As montadoras argumentam que não têm como absorver os custos com a
obrigatoriedade dos dois itens de segurança e a elevação do IPI. Embora admitam
que 2012 foi "um ano muito bom" para o setor, as
empresas esperaram uma transição para o retorno do IPI para os patamares
originais.
O
cronograma para implantação da obrigatoriedade do airbag e dos freios ABS foi estabelecida por regulamentação
do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Este ano,
30% dos automóveis fabricados tinham de ser produzidos com os
dois itens. O porcentual vai dobrar no ano que vem.
O
setor de produtos da chamada linha branca (fogão, geladeira e etc) também solicitou ao governo mais tempo para a redução
temporária de IPI. Estava em estudo tornar permanente parte do
incentivo.
Terceira
prorrogação. A queda do IPI para automóveis entrou em vigor em 22 de maio, com
validade até 30 de agosto, mas foi renovada por mais dois meses para estimular
as vendas. Em outubro, a Fazenda decidiu renovar o benefício até o fim de
dezembro.
A
queda do tributo tem sido adotada como política de curto prazo para socorrer a
economia em momentos de fraco crescimento por causa dos efeitos de crises
internacionais. Além de automóveis, estão com IPI reduzido produtos da linha
branca, móveis e luminárias, bens de capital e materiais de
construção.
No
caso dos automóveis nacionais, o IPI foi zerado para modelos 1.0 e reduzido pela
metade para aqueles com motor até 2.0. Somado a um bônus oferecido pelas
montadoras, os preços dos automóveis novos caíram em média 5% a
10%.
Fonte:
Estadao.com – 19/12/2012
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