domingo, 7 de novembro de 2010

Reinvestir dividendos, uma boa opção para ampliar sua carteira

Daqui para o final do ano, várias empresas da Bolsa como Vale, Bradesco e Itaú Unibanco, pagarão dividendos (parte dos lucros) e juros sobre o capital próprio a seus acionistas. Ao invés de embolsar o “dim-dim”, que tal aproveitá-lo para rechear ainda mais sua carteira de ações e aumentar sua participação na empresa da qual já é acionista? Essa estratégia é recomendada por muitos especialistas do mercado e pode ser bastante vantajosa. Veja só!

O segundo maior banco da América Latina adota uma política de distribuição mensal de dividendos, ou seja, todo mês os acionistas recebem uma fatia de seu lucro. De acordo com dados da Economática, nos últimos dozes meses os investidores do Itaú Unibanco ganharam R$ 0,95 por ação. Retomando o exemplo anterior, quem tem mil ações recebeu R$ 950,00. Em 2009, ao todo, saíram do caixa do banco R$ 3,9 bilhões direto para a “continha” de seus acionistas.

A mineradora Vale, por sua vez, desembolsou no último ano a quantia de R$ 5,3 bilhões. Sua política de distribuição de dividendos é semestral, ou seja, o “pinga-pinga” ocorre de seis em seis meses. Para se ter ideia, no período de 12 meses, cada investidor angariou R$ 0,98 por ação somente com dividendos. Já nesta sexta-feira (29/10), a companhia distribuirá R$ 0,56 por ação aos acionistas. Esse valor diz respeito ao pagamento de Juros Sobre Capital Próprio – encare como uma renda extra! A diferença entre esse provento e o dividendo é que após recebê-lo o investidor é tributado em 15% - fatia referente ao Imposto de Renda. Geralmente, as corretoras retêm esse imposto e o acionista resgata da conta o valor líquido. Na WinTrade, é possível visualizar todos os detalhes no extrato.

Dicas para você fazer escolhas certas

Parece fácil escolher uma empresa que tem um histórico de boa pagadora de dividendos e reinvestir o dinheiro recebido, certo? Mas é preciso observar outros pontos importantes. “O investidor deve ficar atento à política da companhia e ver sua maturidade de investimentos. Empresas em crescimento necessitam direcionar o dinheiro para investimentos, o que acaba pesando na distribuição de lucro. Há certo conflito, mas é interessante balancear essa relação entre dividendos e ações com capacidade de valorização. Indicadores como dividend yield e pay out ajudam o acionista a tomar a melhor decisão na hora de escolher onde colocar seu dinheiro”, diz Góes.

Empresas consolidadas, que não têm muita margem para crescimento e, consequentemente, não precisam de grandes aportes de investimento, acabam redirecionando boa parte de seu lucro para a distribuição de proventos em dinheiro. Entretanto, o investidor não deve focar apenas nos pagamentos do presente. “Os valores das distribuições mais atuais são relevantes, mas as perspectivas de pagamentos futuros de dividendos são ainda mais importantes, para a empresa se valorizar é preciso que esteja crescendo. A Amazon é um bom exemplo, pois não pagava bons dividendos no início, mas sua expectativa de crescimento em um mercado em ascensão trouxe boas perspectivas para futuros proventos, o que realmente acabou acontecendo”, finaliza o economista.

Veja o ranking das dez melhores pagadoras de dividendos
(com base nas cotações de 28/10):

Colocação       Empresa                               Dividend Yield (12 meses)*
1º                 Eletrobras ON                                      49,3%
2º                 Eletropaulo PNB                                   28,9%
3º                 Light S/A ON                                       20,5%
4º                 Telemar PN                                          12,1%
5º                 Tran Paulist PN                                    10,2%
6º                 Telesp PN                                            10,1%
7º                 Telemar ON                                         9,2%
8º                 Redecard ON                                      8,9%
9º                 Cielo ON                                             7,5%
10º               CPFL Energia ON                               7,3%

Programas de reinvestimento

Tanto Vale como Itaú, as próximas companhias a pagarem proventos, possuem programas similares que tornam o reinvestimento de dividendos em ações automático. O do banco foi criado em 2004 e o da mineradora, logo em seguida, em 2005. Ambos têm como objetivo gerar mais liquidez (facilidade de compra e venda) para seus papéis.

Com o programa da Vale é possível comprar ações com dividendos a preço de lote padrão, que costuma sair mais em conta do que no mercado fracionário. Enquanto os acionistas que aderem ao projeto do Itaú podem escolher em qual classe de ações investir e qual o percentual dos dividendos quer utilizar para esse fim.


Por: Marcel Teixeira e Patrícia Teves Tamanho da fonte

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